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Votação sobre as Mudanças na Lei de Regularização Comunitária é Adiada

Parlamento Adia Votação sobre Mudanças na Lei de Regularização Comunitária (RCP) 

O Parlamento português decidiu adiar a votação da proposta de alteração da Lei de Regularização Comunitária de Permanência (RCP), que visa solucionar a situação dos imigrantes irregulares no país. O governo remeteu o texto à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias para uma análise mais detalhada. Agora, a comissão avaliará as implicações da proposta, entre elas a criação da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras, responsável pela fiscalização e execução dos processos de retorno de imigrantes irregulares.

Por que o Parlamento adiou a votação? 

O adiamento ocorreu porque a proposta envolve mudanças complexas. Desde que o governo transferiu várias responsabilidades do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) para a Polícia de Segurança Pública (PSP), o novo modelo de gestão de fronteiras e imigração ainda enfrenta dificuldades. A criação da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras, que ficará dentro da PSP, se tornou um dos principais pontos de discussão. Esse órgão terá a função de controlar fronteiras e gerenciar o afastamento de cidadãos em situação irregular.

O governo considerou que, em vez de avançar com uma votação imediata, era mais prudente revisar a proposta com maior profundidade na Comissão de Assuntos Constitucionais. As possíveis implicações legais e sociais da medida exigem essa análise, principalmente no que diz respeito à extinção do SEF e à criação de novas estruturas para controlar a imigração.

Os principais pontos da proposta

A proposta introduz a criação da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras na PSP, que cuidará do controle das fronteiras aéreas e da execução de processos de retorno de imigrantes irregulares. Antes, várias entidades dividiam essas funções, e o objetivo é centralizar essas responsabilidades para agilizar a aplicação da lei e evitar falhas no sistema.

Além disso, a proposta sugere a equiparação da autorização de residência para cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com as demais autorizações de residência em Portugal. Atualmente, a autorização de residência CPLP tem validade de um ano e impõe restrições à mobilidade no Espaço Schengen. O novo modelo, entretanto, propõe que essa autorização tenha validade de dois anos, permitindo maior estabilidade e facilitando o reagrupamento familiar.

Outra mudança importante é a possibilidade de turistas dos países da CPLP solicitarem diretamente a autorização de residência em Portugal, sem necessidade de visto prévio. Hoje, cidadãos de países como Brasil e Timor Leste precisam de um visto específico para entrar no país, e somente após um ano contribuindo para a Segurança Social podem requerer a autorização de residência. A nova proposta facilita o processo, permitindo que turistas possam solicitar a residência diretamente em território português, o que deve aumentar a atratividade do país para cidadãos da CPLP.

Repercussões no Parlamento

O adiamento da votação causou controvérsias no Parlamento. Membros do governo argumentaram que Portugal precisa de imigração, mas que ela deve ocorrer de maneira controlada. O Ministro da Presidência ressaltou a importância de garantir que os imigrantes tenham acesso a serviços essenciais, como moradia, saúde e educação, destacando que muitos imigrantes em situação irregular não têm tido esses direitos assegurados. Ele mencionou que o sistema anterior de “manifestação de interesse” para a regularização foi descontinuado, e a nova estrutura visa melhorar esse processo.

Por outro lado, partidos de oposição, como o Chega, criticaram a proposta, alegando que ela abre as fronteiras de forma excessiva. André Ventura, líder do Chega, argumentou que a permissão para cidadãos da CPLP solicitarem residência diretamente em Portugal, sem a necessidade de visto prévio, é uma medida “descontrolada” e que não trata de imigração regular, mas de uma liberalização perigosa das fronteiras.

Por outro lado, partidos como o PAN apoiaram a ideia de reativar a “manifestação de interesse”, que permitia a regularização de imigrantes já integrados no mercado de trabalho e que contribuíam para a Segurança Social. Eles também destacaram que a regularização seria mais eficiente e justa, beneficiando tanto o país quanto os imigrantes que já estão contribuindo para a economia.

Próximos passos

Agora, a proposta segue para a Comissão de Assuntos Constitucionais, onde será discutida em maior detalhe. A primeira reunião está agendada para o dia 16 de outubro, e espera-se que as críticas levantadas durante o debate no Parlamento sejam abordadas. O governo indicou que está disposto a fazer ajustes na proposta para garantir que ela seja aprovada pela comissão e, eventualmente, pelo Parlamento.

Após essa fase, se a proposta for aprovada em todas as etapas, ainda precisará da aprovação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, antes de ser publicada no Diário da República e entrar em vigor. No entanto, mesmo com a publicação, algumas das mudanças propostas podem demorar para ter efeito, pois dependem de regulamentações complementares.

Conclusão

O adiamento da votação sobre as mudanças na Lei de Regularização Comunitária (RCP) evidencia a complexidade e a importância da política de imigração em Portugal. A proposta aborda temas sensíveis, como a regularização de imigrantes e o controle das fronteiras, e ainda gera divergências no Parlamento e na sociedade. As próximas etapas serão essenciais para ajustar o texto de forma a atender às necessidades de Portugal em relação à imigração, garantindo direitos para os imigrantes e, ao mesmo tempo, preservando o controle das fronteiras do país.

Para mais detalhes sobre o tema e futuras atualizações, acesse aqui

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